Sempre que alguma partícula estranha (microorganismo, poeira, líquido, exportação…) chega aos brônquios ou pulmões, a primeira resposta do organismo é tentar eliminá-la. Para isso, é desencadeado o reflexo da tosse, em que ocorre uma saída de ar forçada pela boca, a alta velocidade, arrastando consigo o que conseguir. Na maior parte das vezes é causada por infeções respiratórias e, apesar de surgir em poucas horas, demora muito mais tempo a desparecer. De um modo geral, dura cerca de 2-3 semanas, período ao longo do qual vai melhorando lenta e progressivamente. No início surge, habitualmente, uma tosse seca e irritativa, seguida ao fim de 3-4 dias por tosse produtiva e com expetoração. Ao fim de cerca de uma semana volta novamente a ser seca e só depois vai desaparecendo. É muito importante conhecer estas características e tempo de evolução da tosse, porque só assim se consegue distinguir uma evolução típica de uma evolução atípica, sendo que esta última implica sempre observação médica e, eventualmente, realização de exames para investigação.

Tosse – Amiga ou Inimiga?

Uma vez que se trata de um mecanismo de defesa, não requer tratamento na maioria das vezes. De qualquer forma, há alguns procedimentos que devem ser adotados e que podem ajudar a avaliar o desconforto, tais como:

  • Fazer uma boa higiene nasal, com ajuda de soro fisiológico ou um spray de água do mar e, eventualmente, utilizando um aspirador nasal;
  • Fracionar as refeições nos casos em que as crianças vomitam com a tosse, ou seja, dar mais vezes de comer, mas menos de quantidade em cada refeição.

De um modo geral, a administração de medicamentos para “parar” a tosse deve ser evitada, pois acabam por retirar alguma capacidade de resposta do organismo e boicotar a principal forma que temos de limpar os pulmões. Em relação aos remédios mais tradicionais ou “caseiros”, como os xaropes de cenoura ou mel, devem ser evitados, uma vez que possuem demasiado açúcar e podem ser mais prejudiciais do que benéficos.

Sabia que… A tosse é uma resposta benéfica do organismo. Por esse motivo, na grande maioria das situações não deve ser contrariada.

Sinais de Alarme

Há alguns sinais de alarme que os pais devem conhecer, tais como:

  • Mau estado geral da criança;
  • Febre alta, difícil de controlar;
  • Falta de ar;
  • Sinais de dificuldade respiratória (o nariz a abrir e fechar ou a pele entre as costelas a ir “para dentro e para fora” durante a respiração);
  • Tosse com mais de três semanas de duração, sem noção de melhoria;
  • Vómitos persistentes e dificuldade na alimentação;
  • Guincho inspiratório entre acessos de tosse;

A presença destes sinais implica sempre uma observação médica mais urgente.

Tosse – Amiga ou Inimiga?

Fonte:

Teresa Martins

Pais & Filhos, número 305, junho

saúde,médico,doença,medicamentos,constipação,febre,pulmões,infeções respiratórias,tratamento,tosse,brônquios,sinais de alarme,criança com tosse,vias respirtatórias,evolução da tosse,