O parto normal é a forma mais natural para dar à luz. É certo e sabido! Porém, a maioria das futuras mamãs tem uma imagem muito clássica do cenário do parto. Tantas vezes visto no cinema ou na televisão, a grávida surge deitada numa cama cirúrgica, rodeada de médicos e enfermeiras, enquanto o futuro papá fica numa sala à espera de notícias sobre o bebé. Caso esteja já a pensar e a planear o parto do seu filho(a), atualmente ele pode ser muito diferente do cenário que acabou de ser descrito.
Em vez de ficar deitada, já é possível ter o seu bebé de cócoras, de lado ou até de quatro. Apesar de ser a posição mais comum no mundo, estar deitada pode não ser por vezes a posição mais indicada, uma vez que pode diminuir a quantidade de oxigénio que o bebé recebe durante as contrações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a posição que deve ser adotada no parto deve ser aquela na qual a mulher se sinta mais confortável e relaxada. A verdade é que existem algumas posições que favorecem a expulsão do bebé, enquanto outras podem acabar por dificultar a sua saída.
Por isso, conheça de forma detalhada algumas das posições de parto mais comuns, bem como as suas vantagens e riscos. Contudo, é fundamental que se aconselhe com o seu médico ou obstetra. Alguns médicos aconselham mesmo a mudança de posição diversas vezes durante o período expulsivo do parto de forma a responder às necessidades do corpo da mãe e do bebé.
Deitada
Apesar de ser a posição mais comum em muitos hospitais e maternidades, é a menos recomendada para o parto. Em posição totalmente horizontal, a futura mamã fica deitada de barriga para cima, com as pernas elevadas e apoiadas em perneiras. Quando são necessárias determinadas intervenções, como a episiotomia, o uso de fórceps ou ventosa, ou quando ainda a mulher opta pela anestesia epidural, ficando com mobilidade reduzida, esta é a posição mais comum.
Vantagens:
É a posição mais comum, pois facilita o acesso do médico ao bebé.
Desvantagens:
O peso do útero pressiona as veias e artérias na região lombar, reduzindo a circulação sanguínea e diminuindo a quantidade de oxigénio que o bebé recebe durante as contrações. Exige ainda mais esforço para a expulsão do bebé, uma vez que esta posição não aproveita a força da gravidade. Além disso, nesta posição, o cóccix da mulher fica apoiado na cama, o que pode atrapalhar a correta dilatação dos ossos da pélvis.
Semideitada
Esta posição é outra variante do posicionamento horizontal, também muito utilizada em hospitais e maternidades. A cama de parto é transformada numa cadeira, ficando a grávida recostada a 45º graus, com as pernas apoiadas em perneiras.
Vantagens:
A futura mamã participa mais ativamente no parto, uma vez que pode mesmo ver o seu pequeno rebento a nascer. O canal de parto fica mais alinhado e em posição mais favorável à força da gravidade. Ou seja, facilita a expulsão do bebé.
Desvantagens:
Como o peso da grávida fica apoiado sobre o seu cóccix, a dilatação dos ossos da pélvis é dificultada. Esta posição não permite ainda qualquer movimento durante o trabalho de parto, permanecendo a pressão sobre os vasos sanguíneos na região lombar.
De lado
Deitada sob o seu lado esquerdo, a perna esquerda fica esticada e a direita dobrada e ligeiramente levantada. Esta posição é uma boa alternativa para as futuras mamãs que preferem ficar deitadas.
Vantagens:
Pode movimentar-se durante o parto e ver o bebé nascer. Esta posição beneficia a circulação sanguínea, uma vez que não pressiona a veia cava, que se encontra do lado direito da coluna vertebral, e permite assim uma melhor oxigenação da mãe e do bebé. Além disso, facilita a dilatação da pelve e diminui os riscos de laceração peritoneal.
Desvantagens:
Nenhuma.
De cócoras
A posição de cócoras favorece muito o processo fisiológico do nascimento. Esta posição é confortável para a grávida e aconselhável para o bebé. Em posição vertical e com as pernas fletidas, a mulher apoia-se nos tornozelos, segurando-se numa barra horizontal ou na cama colocada à sua frente. Porém, esta posição só é aconselhada caso o bebé se encontre em posicionamento cefálico (de cabeça para baixo dentro do útero) e a gravidez tenha sido de baixo risco. Para que consiga manter-se de cócoras durante todo o processo do parto, é comum a mulher precisar de ser sustentada. Ter alguém atrás de si durante o período expulsivo pode ser fundamental para a grávida. Durante os intervalos das contrações, a futura mamã pode assim apoiar-se no corpo de alguém da sua confiança.
Vantagens:
Este tipo de parto acaba por ser mais rápido e menos doloroso, uma vez que permite uma melhor dilatação e elasticidade do canal vaginal. A posição de cócoras permite o alargamento da pelve feminina em até 30%, isto é, o osso ao não ficar encostado a nada, tem espaço para se expandir. Além disso, existe o auxílio da força da gravidade, que facilita a expulsão do bebé. A futura mamã pode ainda movimentar-se à vontade durante o parto e acompanhar o nascimento do seu bebé.
Desvantagens:
A verdade é que esta posição não apresenta nenhum inconveniente aparente. Apenas exige uma preparação física especial, que fortaleça sobretudo a musculatura das pernas e estimule a elasticidade do períneo. Não é fácil ficar de cócoras muito tempo.
De quatro
Curiosamente, esta é a posição mais adequada física e fisiologicamente para o parto. A futura mamã coloca-se de quatro na cama ou no chão, com um apoio nos joelhos. Para algumas grávidas, esta é a única posição em que se sentem verdadeiramente confortáveis.
Vantagens:
Esta posição favorece a dilatação da pelve, além de permitir à mulher que faça movimentos circulares, como de trás para a frente, de um lado para o outro e de cima para baixo. Esses movimentos podem ser essenciais para a expulsão do bebé.
Desvantagens:
Após o parto, é comum as mulheres ficarem com as pernas dormentes ou trémulas, sendo por vezes necessária alguma ajuda para sair daquela posição.
De pé
Durante muitos séculos, esta foi a posição adotada por muitas mulheres para dar à luz. Hoje é, na verdade, uma prática muito pouco comum. Porém, não é impossível. Devido ao cansaço no momento expulsivo, é essencial e necessário que a mulher tenha algum tipo de apoio para dar à luz de pé .
Vantagens:
Estar em pé ajuda a alargar a pélvis e a direcionar o bebé para a posição certa para o nascimento. Aliás, esta posição é um estímulo para as contrações serem regulares e mais fortes, havendo mulheres que garantem que estar de pé alivia consideravelmente as dores. Para além disso, esta posição é ainda favorecida pela força da gravidade que facilita a expulsão do bebé e reduz a necessidade de recorrer a uma anestesia epidural.
Desvantagens:
Tal como de cócoras, esta posição não apresenta nenhum inconveniente aparente. Porém, exige uma preparação física especial, que fortaleça sobretudo a musculatura das pernas. Pode não ser fácil ficar de pé durante muito tempo.
ATENÇÃO! Deve consultar regularmente o seu médico ou obstetra, sendo todo o conteúdo do BABYSTEPS meramente informativo.