Há mulheres que se sentem seguras e confiantes para optar pelo parto espontâneo, recorrendo muitas vezes ao mínimo de anestesia possível e participando ativamente no nascimento do seu bebé. Outras que preferem programar a chegada do seu pequeno rebento, com data e hora marcada. À medida que o final da gravidez se aproxima, a grande questão que se levanta é: como será o parto? O mais natural é que seja por via vaginal ou parto normal. Porém, a verdade é que as cesarianas estão a aumentar consideravelmente. De acordo com os últimos dados, um terço dos partos em Portugal é feito por cesariana, sendo valores superiores aos recomendados pela Organização Mundial de Saúde.

Vários especialistas defendem que o parto por cesariana é mais arriscado e perigoso, podendo mesmo traduzir-se em mais problemas e complicações para a mãe e para o recém-nascido. Por isso, a cesariana deve ser apenas vista como uma solução para um imprevisto ou complicação inesperada, do que como uma alternativa. A sua exagerada popularização - sobretudo nas últimas décadas - criou a falsa impressão de que é o parto mais seguro e que acarreta menos riscos.

Porém, o que prevalece é a escolha da futura mamã. É essencial que cada mulher tenha o pleno direito de escolher o tipo de parto. Cabe também ao médico ou obstetra informar e esclarecer sobre todas as vantagens e riscos do parto normal e da cesariana, antes da grávida tomar uma decisão definitiva.

Parto Normal ou Cesariana? Vantagens e Riscos

Parto normal: dar à luz

Provavelmente, este é o parto mais "temido" por muitas mulheres devido à intensidade das dores. Contudo, é importante ter em mente que já existem várias técnicas para aliviar a dor, como é o caso da anestesia epidural, bem como outros métodos não farmacológicos. O parto normal é assim a primeira indicação médica, desde que não existam riscos para a mãe ou bebé, e é a forma mais natural para dar à luz. Não pode ser realizado com dia marcado na agenda, mas o obstetra consegue apontar uma semana de maior propensão para o nascimento do seu bebé.

Vantagens

  • O corpo da mulher está preparado para o parto vaginal;
  • Parto que apresenta menor risco quanto a infeções maternas e complicações para a futura mamã;
  • Favorece a produção de leite materno;
  • Rápida recuperação no pós-parto e menor tempo de internamento hospitalar;
  • O útero regressa ao seu tamanho normal mais rapidamente;
  • Fortalecimento do vínculo entre mãe e filho(a);
  • Menor incidência de problemas respiratórios nos bebés, uma vez que ao passarem pelo canal vaginal, o tórax é comprimido e os líquidos dos pulmões mais facilmente expelidos;
  • O bebé será mais ativo e responsivo ao nascer;
  • Após o nascimento, o bebé pode ser imediatamente colocado em cima da mãe, o que ajuda a acalmá-lo;
  • Se ambos estiverem saudáveis, mãe e recém-nascido podem ficar todo o tempo juntos.

Riscos

  • Não existe um tempo determinado para a duração do trabalho de parto, ou seja, algumas mulheres dão à luz em pouquíssimas horas e outras levam mais tempo;
  • É possível sentir dores, mesmo tomando a epidural, visto que nem todas as mulheres suportam a dor do mesmo modo;
  • A epidural pode dificultar a realização da força de expulsão, podendo ser necessário o uso do fórceps ou ventosa;
  • Rutura do útero durante o trabalho de parto, caso a mulher se tenha submetido a cirurgias anteriormente;
  • Emocionalmente, a episiotomia - pequeno corte feito no períneo para facilitar a saída do bebé - pode causar algum desconforto nos primeiros dias e pode ainda gerar temor no reinício das relações sexuais, mesmo com a cicatrização completa.

Parto Normal ou Cesariana? Vantagens e Riscos

Cesariana

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cesariana deve apenas ser um método utilizado quando há complicações associadas ao parto normal, estando em risco a saúde da mãe e/ou do bebé. Porém, a percentagem atual de partos feitos por cesariana é cerca de 30%. Para várias mulheres, a cesariana é a primeira opção, já que é mais previsível, pois é possível marcar o dia para ter o seu bebé.

Mesmo assim é fundamental perceber que a cesariana é uma intervenção cirúrgica que consiste em abrir, por via abdominal, o útero materno, de modo a extrair o bebé. E, tal como tantas outras intervenções cirúrgicas, envolve aspetos positivos e negativos.

Vantagens

  • Possibilidade de escolher e marcar previamente a data exata para o nascimento do pequeno rebento;
  • Permite garantir que o obstetra da futura mamã estará disponível no dia do parto;
  • O trabalho de parto é mais curto, relativamente ao do parto normal, e tem uma duração previsível;
  • Impede o nascimento pós-termo, isto é, com mais de 42 semanas de gestação, o que implica um maior risco para o bebé;
  • Elimina qualquer tipo de complicações associadas ao parto vaginal, como por exemplo, os traumas ósseos (fratura da clavícula, crânio e úmero);
  • Ajuda a reduzir o stress materno durante o parto, uma vez que a mulher encontra-se num ambiente mais controlado, onde tudo ocorre de forma planeada;
  • Caso o feto esteja em sofrimento, a rapidez do parto é sem dúvida uma mais-valia;
  • Diminui, a longo prazo, o risco de prolapso uterino ou da bexiga e incontinência urinária da mãe.

Riscos

  • Após a o nascimento do bebé, é natural que se sinta dorida e exausta, sendo perfeitamente normal que tenha algumas dificuldades em colocar-se de pé e movimentar-se;
  • A cesariana é uma cirurgia abdominal e, como tal, a recuperação depois do parto será mais demorada, sendo necessárias duas a três semanas para a recuperação total e para que possa movimentar-se livremente;
  • Como cirurgia, envolve outro tipo de riscos, como maior risco de infeção, hemorragias, reações aos anestésicos e trombose dos membros inferiores;
  • É comum sentir dores no local da cicatriz durante as primeiras semanas após o parto;
  • A mãe pode achar mais complicado ou desconfortável amamentar o seu bebé;
  • Existe também um maior risco de depressão pós-parto;
  • Já para o bebé, há maior probabilidade de ter problemas respiratórios no pós-parto imediato;
  • Além das complicações mais imediatas, existem também consequências a longo prazo: a cada cesariana realizada, a mulher tem um maior risco de implantação anormal da placenta.

 

ATENÇÃO! Deve consultar regularmente o seu médico ou obstetra, sendo todo o conteúdo do BABYSTEPS meramente informativo.

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