A Organização Mundial de Saúde (OMS), em associação com a UNICEF, defende, promove e apoia o aleitamento materno. De acordo com a OMS, "as crianças devem fazer aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade" e "devem continuar a ser amamentadas, pelo menos, até completarem 2 anos de idade". Assim, amamentar é um ato natural que constitui na melhor forma de alimentar o bebé.

Apesar de ser uma tarefa praticamente instintiva, amamentar implica uma adaptação mútua da mãe e do bebé. Logo, o sucesso do aleitamento materno depende, muitas vezes, de técnicas de amamentação e cuidados específicos, que podem ajudar a contornar problemas ou dificuldades.

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Prática do aleitamento materno

Os primeiros dias de vida do bebé são muito emocionantes. Tudo é novo e muitas são as coisas que têm de ser aprendidas. Uma delas é a amamentação. Enquanto o bebé tem de praticar agarrar o mamilo e conhecer os movimentos de sucção corretos, a mãe aprende como reagir aos sinais que o bebé vai dando. É um processo de aprendizagem mútuo. Assim, muitas são as dúvidas que "atormentam" a cabeça das mães.

Contrariamente ao que se possa pensar, a duração de uma mamada não é importante, já que a maior parte dos bebés mamam 90% do leite que precisam em apenas 4 minutos. Além disso, o horário também não é determinante. Segundo as recomendações da OMS e da UNICEF, o bebé deve mamar quando tem fome. Como referência, oito mamadas por dia são normais nas primeiras semanas.

Quando o bebé começar a mamar, o primeiro leite é o mais rico em água e lactose. À medida que vai mamando, o leite vai tendo mais gordura. O mais importante é que o seu filho(a) esvazie primeiro uma mama e, caso continue com fome, mame na segunda. Se o bebé mama mais numa mama do que na outra, muito provavelmente essa mama torna-se maior e produz mais leite. Lembre-se qual o último peito que o bebé esvaziou e comece por esse na mamada seguinte.

Posições de amamentação

Dar de mamar é - provavelmente - uma das coisas mais naturais do mundo. Contudo, não é necessariamente a mais fácil. Por exemplo, a infeção mamária (mastite) e os mamilos doridos são, na maioria dos casos, o resultado do bebé agarrar mal o peito ou de uma posição inadequada para mamar. Por conseguinte, é importante que a mãe se familiarize com a técnica de amamentação e diferentes posições de amamentação, antes de dar de mamar.

Para começar, é essencial escolher um lugar confortável, onde tenha um bom apoio para as costas e não esteja muito reclinada. Se precisar, apoie os pés num banquinho e utilize uma almofada (ou várias) para não sobrecarregar os braços com o peso do bebé. Relaxe. A melhor posição para amamentar será sempre aquela em que mãe e filho estão confortáveis.

Existem três posições mais comuns para dar de mamar ao bebé.

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A posição deitada é recomendada, sobretudo, para as mamadas durante a noite ou quando a mamã deseja relaxar. Assim, mãe e filho deitam-se de lado, barriga com barriga, de forma a que a boca do bebé fique ao mesmo nível do mamilo. A mãe deve apoiar a cabeça numa almofada e o seu ombro e braço ficam sobre o colchão.

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Por sua vez, a posição sentada ou "posição de berço" é a posição de amamentação mais conhecida e tradicional. O bebé tem de ficar de frente para a mãe, barriga com barriga, permitindo assim um bom contacto corporal. A cabeça do bebé repousa nos braços da mãe, que com a sua mão suporta o rabinho do bebé. A mãe tem as costas direitas e apoiadas (não recostada) com o braço apoiado numa almofada ou descanso de braço para que não seja necessário elevar muito o ombro. Além disso, a mãe deve colocar os pés elevados para que se sinta mais confortável e relaxada.

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Já a posição invertida pode ser útil quando a mãe tem de dar de mamar a gémeos ou se o filho mais velho quiser estar ao seu lado. É ainda ideal para esvaziar a parte inferior do peito. O bebé fica deitado por baixo do braço da mãe, anca com anca, apoiado em almofadas se necessário. O antebraço da mãe segura as costas do bebé, inclinando-se ligeiramente para a frente para levar a mama ao bebé. Assim que o bebé começa a mamar, a mãe pode encostar-se para trás e relaxar.

Independentemente da posição escolhida pela mãe para amamentar, o mais importante é que esteja relaxada, confortável e bem apoiada, sem estar curvada para a frente ou para trás.

No fim de cada mamada, é muito importante que o bebé arrote, dado que engole muito ar durante a amamentação, que se acumula no estômago e provoca desconforto. Ou seja, arrotar é fundamental para o bem-estar do bebé. Se o bebé não arrotar, deite-o de lado e volte a pegar-lhe. O principal é experimentar o que resulta melhor com cada bebé.

Sinais de boa e má pega

Uma pega eficaz é essencial para uma amamentação bem-sucedida, tanto para a mãe como para o bebé. Assim, existem sinais que revelam a boa pega:

  • O mamilo está alinhado com o nariz do bebé e não com a boca;
  • A boca do bebé está bem aberta e ele tem uma grande porção da mama dentro da boca (amamentar é "dar o peito" e não apenas o mamilo);
  • O queixo do bebé está a tocar na mama e o lábio inferior está enrolado para trás;
  • Só deve ficar visível aréola por cima da boca do bebé e não por baixo;
  • A barriga do bebé está encostada à da mãe, independentemente da posição;
  • A mãe deve conseguir ouvir o leite a ser deglutido pelo bebé, que inicialmente suga com movimentos curtos e rápidos, passando depois a movimentos mais lentos.

Contudo, por vezes, o bebé não se adapta bem à mama e pode não alimentar-se corretamente. Assim, é importante que a mãe esteja atenta aos sinais que revelam que o bebé está a sugar o leite devidamente. Há sinais que revelam uma má pega:

  • A boca do bebé está pouco aberta e a aréola não se encontra dentro da boca;
  • O queixo do bebé não toca na mama e o lábio inferior não se encontra revirado;
  • Dor nos mamilos, que causa desconforto na mãe e interfere na alimentação do bebé;
  • Dores nas costas;
  • Bebé insatisfeito que quer mamar a toda a hora.

 

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