As condições a que os bebés são expostos durante a gravidez e logo a seguir ao parto afetam o risco de desenvolvimento da obesidade mais tarde na vida, sugere um estudo publicado no “The American Journal of Clinical Nutrition”.

Os investigadores decidiram analisar cinco fatores de risco da obesidade presentes no início da vida, tais como a amamentação de curta duração (menos de um mês) e quatro fatores maternos durante a gravidez: obesidade, excesso de peso ganho na gravidez, hábitos tabágicos e níveis baixos de vitamina D.

O estudo apurou que, aos quatro anos, as crianças que tinham quatro ou cinco destes fatores apresentavam um risco 3,99 maior de terem excesso de peso ou serem obesas, comparativamente com aquelas que não tinham sido expostas a nenhum destes fatores. Verificou-se ainda que, em média, a massa gorda destas crianças era 19 por cento mais elevada. Aos seis anos, o risco destas crianças terem excesso de peso ou serem obesas era 4,65 vezes maior e a massa gorda era 47 por cento mais elevada. Estas diferenças mantiveram-se inalteradas mesmo após os investigadores terem tomado em consideração a qualidade da dieta adotada pelas crianças, bem como os níveis de atividade física.

“O início da vida pode ser um período crítico onde o apetite e a regulação do equilíbrio energético são programados, os quais têm consequências no risco de ganho de peso em excesso, ao longo da vida. Apesar do reconhecimento da importância da prevenção precoce, muito do foco está nas crianças em idade escolar”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Sian Robinson.

De acordo com os investigadores, este estudo sugere que as intervenções para prevenir a obesidade devem começar desde cedo, mesmo antes da conceção. Ter um peso saudável e não fumar pode ser a chave.

Estudos anteriores já tinham identificado vários fatores de risco precoces, mas poucos foram aqueles que avaliaram a dimensão dos seus efeitos combinados. Agora, este novo estudo realizado pelos investigadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, sugere que a presença de um elevado número destes fatores de risco é um forte indicador do excesso de peso ou obesidade na infância.

Fonte:

Revista Pais & filhos

número 290

março 2015

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