Passa-se que está a viver um quadro frequente nas recém-mamãs: o “baby blues”. Note que este quadro, além de frequente, inicia-se precocemente (entre três a sete dias pós-parto) e geralmente em duas a três semanas está ultrapassado. Não confunda com a depressão pós-parto, que afeta apenas dez por cento das mães, tem início mais tardio e não evolui tão rapidamente.

As razões para as alterações do humor a que se assiste no “baby-blues”, com alguma preponderância para a tristeza, ansiedade, insegurança. São de ordem psicológica, mas também física. Se por um lado psicologicamente há uma série de ajustes a fazer, também as alterações hormonais têm uma quota-parte de responsabilidade no quadro.

“Baby Blues” ou Depressão Pós-Parto?

A gravidez terminou e com isso encerra-se uma fase da vida da mulher que a torna mais interessante para os que a rodeiam (ou não se chamasse a gravidez “estado interessante”). Antes era o centro das atenções porque uma grávida  inspira sempre algum sentido de proteção, sentia-se sempre acompanhada e sentia a preocupação dos outros pelo seu estado… Para além disso, antes vivia uma vida mais livre, eram apenas um casal sem a obrigatoriedade de respeitar horários e rotinas de um elemento totalmente dependente de adultos e agora, além de terem preocupações acrescidas, sabe que terá de aprender a lidar com a chegada de mais um elemento à sua casa, ao seu espaço e à sua vida.

Pior: em muitas circunstâncias não saberá se está a agir de forma correta relativamente ao bebé, porque este não lhe dará essa informação. Já sabia de tudo isto antes e pensa que tomou uma decisão consciente, quando decidiram que estava no momento de ter um filho; porém, antecipar, ponderar e decidir é muito importante de viver a nossa situação.

Depois, há a parte física: a variação na contração de hormonas é brutal e se pequenas variações concorrem para a instalação de quadros como a tensão pré-menstrual, imagine-se agora com um tsunami! Na verdade, teve uma onda gigante de hormonas que a seguir se desvanece… e parece levar a sua estabilidade emocional com ela. Não se intimide com a situação, pois num período de tempero curto encontrar-se-á de novo a sentir-se operacional e com tudo sob controlo!

“Baby Blues” ou Depressão Pós-Parto?

Fonte:

Marcela Forjaz, ginecologista e obstetra

Pais & Filhos, número 301, fevereiro 2016

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