Amamentação Materna: Sim ou Não?

Todas as futuras mamãs anseiam - profundamente - pelo momento em que têm o seu bebé nos braços. Mas, depois do parto, há todo um novo mundo a descobrir. E a amamentação transforma-se numa das suas maiores preocupações. Há mães que conseguem decidir, ainda durante a gravidez, se darão ou não de mamar aos filhos; outras, esperam pelo momento do nascimento para tomar uma decisão. Para algumas, dar de mamar será fácil; porém, para outras mamãs, vão surgir dificuldades.

Assim, qual a melhor decisão: amamentar ou não o bebé? Atualmente, são bem conhecidas os benefícios do leite materno. Tem uma composição única e inimitável, adequada para quase todos os recém-nascidos. Além disso, amamentar é um ato natural, que constitui na melhor forma de alimentar - e até proteger - o seu bebé. Contudo, são muitas as dúvidas que surgem nas mulheres. Normalmente, o que leva muitas mães a desistir de amamentar é mesmo a falta de informação, falta de apoio, de experiência e de conhecimentos técnicos. Assim, procuramos dar toda a informação necessária para que possa amamentar com sucesso e desfrutar de uma experiência única.

Porém, é fundamental ressalvar que a decisão de amamentar é - totalmente - uma decisão pessoal e, muitos casos, sujeita a influências. Deve-se aconselhar todas as futuras mães quanto à prática de aleitamento materno, mas não podemos criticá-las pela sua opção de não amamentar.

Porquê amamentar?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a UNICEF, o leite materno é "um alimento vivo, completo e natural". Assim, os seus benefícios são múltiplos - tanto a curto, como longo prazo - existindo o consenso mundial de que é a melhor forma de alimentar os bebés até aos 6 meses de idade. Mas engane-se quem pensa que o leite materno apresenta apenas vantagens para os bebés; também as mães têm vantagens em amamentar.

Vantagens do leite materno para o bebé:

Contém as proteínas, açúcares, gordura, vitaminas e água que os mais pequenos necessitam;
Contém ainda anticorpos e glóbulos brancos;
É mais facilmente digerido;
Previne infeções gastrointestinais, respiratórias e urinárias;
Tem um efeito protetor sobre as alergias, nomeadamente as relativas às proteínas do leite de vaca;
A longo prazo, contribui para a prevenção da diabetes e de linfomas;
Ajuda na adaptação dos bebés a outros alimentos;
Contribui para o desenvolvimento mental do bebé;
Ajuda na formação da boca e alinhamento dos dentes;
Promove o estabelecimento de uma ligação emocional entre a mãe e o filho(a);
Está sempre livre de germes, encontra-se prontamente disponível e à temperatura ideal;
Método mais barato e seguro para alimentar os recém-nascidos.

Vantagens do aleitamento materno para a mãe:

Normalmente, a mulher sente-se mais segura e menos ansiosa;
Protege contra as hemorragias e infeções do período pós-natal;
Associa-se a uma menor probabilidade de ter cancro de mama;
Protege também do cancro do ovário e da osteoporose;
Ajuda a proteger da anemia (deficiência de ferro);
Ajuda o útero a regressar ao seu tamanho normal mais rapidamente;
Como queima mais calorias, a mulher volta mais depressa ao seu peso;
Contribui para um estilo de vida mais saudável, uma vez que existem mais cuidados com o que se come;
Forma mais prática de alimentar o bebé.

Contudo, existem determinadas situações temporárias que impedem as mães de amamentar, pelo menos até ficarem resolvidas. Por exemplo, caso a mãe desenvolva alguma doença infecciosa, como a varicela, o herpes ou a tuberculose. Durante esse período, os bebés devem ser alimentados com leite artificial. Em casos específicos e pouco comuns, as mães ficam completamente inibidas de amamentar os filhos. Por exemplo, em situações de doenças graves, crónicas ou debilitantes, mães infetadas pelo vírus VIH, que precisam de tomar medicamentos prejudiciais para o bebé, bem como recém-nascidos com doenças metabólicas raras, como a fenilcetonúria e a galactosemia.

Riscos do leite adaptado (leite em pó)

Apesar de ser pouco falado, o leite adaptado ou leite artificial é constantemente submetido a investigação, uma vez que está longe de ser perfeito para os bebés. Frequentemente, é lançado um novo leite com uma nova fórmula enriquecida; ou seja, os bebés que receberam outros leites têm sempre um défice de algo. Assim, os leites infantis adaptados - também conhecidos como "substitutos" do leite materno - têm alguns riscos associados, que devem ser considerados:

Habitualmente, são feitos a partir de leite de vaca, contribuindo assim para o aumento do risco de alergia às proteínas de vaca;
Durante o processo de produção, podem ser contaminados com bactérias patogénicas;
Os recém-nascidos alimentados com este leite têm uma maior carência de micro-nutrientes;
Contribuem para um menor desenvolvimento cognitivo dos mais pequenos;
Aumenta o risco de os bebés sofrerem de otites, amigdalites, bronquiolites, pneumonias, diarreias e infeções urinárias;
Os bebés alimentados com leite em pó têm, normalmente, um sistema imunitário mais frágil, uma vez que não recebem os anticorpos e glóbulos brancos do leite materno;
Contribui também para o aumento do risco de desenvolver linfomas, doenças cardiovasculares, diabetes tipo I, asma, eczema e obesidade na idade adulta;
Relativamente às mães, ao alimentarem os filhos com leites adaptados, têm uma maior incidência de depressão pós-parto e de tumores maternos.
Por fim, interfere na relação mãe e filho.

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