Um copo de vinho, para a grávida, pode ser algo inconsequente. Mas… e para o bebé? O fígado da grávida tem a capacidade de metabolizar o álcool mas o feto não tem ainda enzimas no seu fígado que possam fazer esse trabalho. Desta forma, enquanto uma grávida bebe um copo de champanhe para celebrar o novo ano e no fim de réveillon a taxa de alcoolemia já desceu significativamente (levará 116 minutos a “limpar” esse álcool de circulação), para o bebé as condições são diferentes: o álcool passou a placenta, entrou em circulação numa concentração semelhante à da mãe, e como costumo dizer algo cruamente, fica a “banhar o miúdo” pondo-lhe inclusivamente as células do cérebro em “banho-maria” de álcool… e levando muito mais tempo a eliminar esse álcool.

Sabia que...

A exposição pré-natal ao álcool é a principal causa conhecida de defeitos congénitos e atraso mental na população da União Europeia, atingindo cinco milhões de pessoas, sendo uma causa 100% evitável.

Perante estes factos, não se consegue determinar a quantidade segura de álcool (se é que existe) que uma grávida pode ingerir. Sabe-se, no entanto, que a ingestão crónica, a ingestão apenas em festas ou até a ocasional podem ter consequências que pesarão para essa criança eventualmente toda a sua vida.

Álcool na Gravidez: Tolerância Zero

Fonte:

Marcela Forjaz, ginecologista e obstetra

Pais & Filhos, número 300, janeiro 2016

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